Selic em 15%: O Banco Central Resiste à Pressão em Meio a Desafios Fiscais e Ameaças Externas
Selic em 15% e o Cenário Econômico Desafiador do Brasil
O Banco Central do Brasil, através do Copom, manteve a taxa Selic em 15%, encerrando um ciclo de sete altas consecutivas. Essa decisão, esperada pelo mercado, reflete um complexo cenário econômico. Internamente, o Brasil enfrenta um elevado risco fiscal, com a dívida pública projetada para atingir 84,3% do PIB em 2028. Apesar da alta arrecadação recorde (R$ 1,425 trilhão no primeiro semestre de 2025), o governo tem priorizado a expansão de gastos, muitas vezes com fins eleitorais, em detrimento de reformas fiscais. Essa fragilidade compromete a credibilidade e limita o espaço para cortes consistentes na Selic.
Externamente, a economia brasileira é assombrada pela ameaça de tarifas de 50% de Donald Trump sobre produtos brasileiros. Se implementadas, essas tarifas podem desvalorizar o real, elevar a inflação de importados, desequilibrar a balança comercial e provocar fuga de capital. Setores como agronegócio e siderurgia seriam diretamente afetados, e as micro e pequenas empresas já mostram sinais de colapso, com um salto de 61,8% nos pedidos de recuperação judicial em 2024.
Para o investidor, o cenário exige cautela e diversificação. Com juros altos e riscos persistentes, a proteção do capital se torna primordial. Recomenda-se a diversificação, incluindo investimentos no exterior, como forma de blindar o patrimônio contra a volatilidade do risco-país e as incertezas globais. A decisão do Banco Central, portanto, não é apenas uma resposta à inflação, mas um reflexo da complexa teia de desafios fiscais, econômicos e geopolíticos que o Brasil enfrenta.